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domingo, 5 de setembro de 2010

UMA PAUSA (NA VIDA) PARA UM REGISTRO IMPORTANTE

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Tenho agora em minhas mãos uma obra ímpar, Uma Luz no meu Caminho, de Alix Pedro Soares, edição do autor com apoio cultura da Prefeitura de sua cidade natal, Governador Celso Ramos – nada mais justo.
O livro é belíssimo, com seu conteúdo de histórias, algumas delas já conhecidas por mim, pela palavra segura e afável do autor ou de um dos seus filhos.
Conheci o Seu Alix através do seu filho Sidnei da Costa Soares, a quem elegi para ser “o meu melhor amigo”. Em muitas ocasiões ele vem demonstrando que faz jus ao título – e olha que sou crítico, chato e exigente!
Seu Alix e sua suave esposa Dona Ivanira, foram para mim um suporte familiar, desde que cheguei à Ilha de Santa Catarina, em 1979. Com essa família tenho convivido bastante e muito recebi e aprendo. Não sou “mui dador”, mas penso que também contribui com algumas coisas positivas nessa rica roda familiar, como ter aberto um caminho para que dois dos netos deles se tornassem excelentes faixas-pretas de Aikido – mérito maior, evidentemente do Leandro e do Vitor.
Vi o livro do Seu Alix ir tomando forma desde o seu manuscrito original, depois ir se materializando até obter toques importantíssimos como o do escritor Manoel Mendes e o neto Bruno. Vejo que ele (o livro) é a essência do próprio jeito especial do autor, de misturar humildade com determinação, coisa que, juntamente com sua esposa, brilhantemente desenharam nos seus descendentes. Junte-se a isso a pitada do tempero de coragem de um dos heróis de Monte Castelo.
Sou de uma família bem diferente desses amigos dos Ganchos. Minha tradição foi o campo aberto. A maioria “dos meus” são veterinários, agrônomos, fazendeiros ou funcionários. Esta última categoria nos uniu, a mim e ao Sid, em uma Secretaria de Estado de Santa Catarina.
Hoje meus filhos e netos estão cada vez mais próximos do mar e da pesca – tradição desses Soares. Quem sabe lá se os netos ou bisnetos deles não venham a criar gado ou ovelhas lá pelas bandas da fronteira gaúcha, fechando-se assim mais um circuito neste mundo arredondado.
Um dia ouvi do Seu Alix o quanto o espiritismo foi importante na vida dele e de sua família. Nota-se isso pela força da sua escrita, daquele que fez-se auto-didata praticando e estudando a vasta literatura kardecista, ajudando-o certamente ao grande salto quântico – do terceiro ano primário a um merecido diploma de doutor na faculdade da vida.
O nosso atual Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é também um desses saltadores quânticos. A coragem do Seu Alix peitou até o grande Presidente Getúlio Vargas – e venceu, naquilo que buscava – como bem comenta o escritor Manoel Mendes na introdução ao livro: “ninguém disse para o Alix que não dava para fazer, ele foi lá e fez.”
Nos noventa anos do Seu Alix o Sid me “encaixou” na grande festa, a mim e a minha esposa Helena Maria. Nesse dia eu estava me sentindo muito doente, mas coloquei paletó e gravata e fui lá homenagear a um homem exemplar. Sacudi a poeira e até dancei, mesmo que com passos trôpegos, parecidos com os do Seu Alix chegando depois de muitas décadas à Ilha do Arvoredo. Seus passos agora já devem estar mais firmes, como os meus também.
Vou ter que finalizar, mas sem vontade. Dizer o quanto eles foram e são importantes para mim, que saí do Rio Grande do Sul numa certa “fuga geográfica” de problemas e dificuldades várias, inclusive de falta de emprego. Os problemas e as dificuldades volta e meia me assaltam novamente, como é da vida, mas aqui gostei de fincar minhas raízes, pois me facilitaram muito pessoas como os Soares lá dos Ganchos.

Florianópolis, Ilha de Santa Catarina,
27/08/2010




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