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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ânsias de vida e de morte

Sem dúvida há um desejo de morte,
só não morro porque
surpreendentemente
também há um desejo de vida.

Já estive incomodado com a vida,
mas nunca assim,
tão incomodo num corpo

Veiculo falho, máquina que apodrece!
"Bom pro fogo"!

Os caras das moradas etéreas
projetam mal ou bem, estas máquinas de expressão na matéria?

Pior que não dá pra desatrelar assim no mais...

Então olho para o fogo - horas a fio!

O fogo! Um dos corpos de Deus!
Uma das bocas de Deus?
Como os Indus, dou ao fogo o alimento que mais amo:
pão.

Na minha solidão só há uma compartilha que me cura:
o fogo.

Só o fogo aquece minha alma gelada.

Acho que fui brindado com esta solidão
para honrar o fogo, descobrir o fogo,
o Deus primitivo.

No fogo das velas - o romance.
No fogo da cremação - não sei.
Nos fogos que faço e farei amanhã,
a esperança na iluminação de algumas células idiotas
de um corpo que caminha inexoravelmente para o abismo.
Pura ignorância.

Se depender de mim: a imortalidade.

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