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sábado, 12 de fevereiro de 2011

MINHA TAPERA

Agora te escrevo livre,
sem endereço ou destino,
será que fica melhor,
ou apenas mostra-me só
sendo o que sou,
cópia de outrora
feita em impressora sem tinta...
paro e contemplo...
a mim mesmo, meu corpo
e todos os objetos da minha ilusão;
gostaria de te perguntar
(pois sou indeciso)
se estou melhor deste jeito,
tem horas que penso assim, o melhor,
e outras que me atormento...
ando parado no tempo
fico as voltas de mim mesmo
sem atar ou desatar,
fico triste sem motivo,
só não choro, que não sei,
por dificuldade de criação...
mas estou com tudo em meu peito
assim como pra explodir,
um não sei que sem proveito
e vou levando com a vida.
Sei que não dá, mas espero,
o destino, uma sina,
um sinal um augúrio,
ainda bem uma coisa:
não espero ninguém,
a briga é comigo
muito lá dentro,
um eu mais profundo
me cobra algo mais...
paciência e espera,
solito que estou,
na minha tapera.