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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

DIGRESSÕES SOBRE ESCREVER UM LIVRO


Não tenho talento para escrever a minha história, pois não sei inventar. Todo escritor inventa muito. Inventar é coisa da mente, do pensamento, fazer firulas literárias, romancear aquilo que foi o real. Como alguém teria uma ideia correta de um outro? Isso é impossível! Então, uma coisa só pode se aproximar da verdade na primeira pessoa. Qualquer coisa que alguém se atreva a atribuir a outro, ou outros, é pura imaginação, para não falar mentira.

Alguém só pode falar sobre si mesmo, dos seus pensamentos e sentimentos. Bem, e o que teria eu para falar de mim mesmo que pudesse interessar a outros? A minha baixa auto-estima me diz que nada. Pronto, já falei algo meio que verdadeiro. Tenho, sempre tive, uma auto-estima baixa. Agora eu me pergunto: será que isso é mesmo verdade? Vou falar o óbvio: tudo é relativo, portanto isso de ser baixa ou alta precisa de comparação. E se os meus modelos comparativos sofrem do contrário, de complexo de superioridade e se super-estimam?

Tudo, mas tudo mesmo, não passa de meras conjecturas, de possíveis verdades. Estamos mergulhados na grande ilusão, no grande maya. No entanto isto é a vida! Isso mesmo, uma enorme ilusão. A ciência pretende grande conhecimento da vida, porque tem um método: o experimentalismo científico. Grande bosta!

Gostamos de mentir para nós mesmos de que uma parafernália de inventos, máquinas e melhorias tecnológicas configuram evolução. Pura ilusão! Recomendo ver o vídeo do Michael Jackson, esse último que está correndo na internet com o rótulo de algo que estava proibido. Chocante – e verdadeiro.

Somos mais animais – olha só eu aqui inventando! - só posso falar de mim! Então, sei ser mais animal do que “hominal” e nem arranho demais o tal super ou supra humano. Mas pretendo, por uma escolha interna só minha, palmilhar um Planeta Terra mais evoluído. Roubando aqui os ensinos e conceitos de Kardec – decido viver no Planeta Regenerado (nível 3, no contexto global dos mundos de matéria. É isso mesmo?) e deixo pra lá a velha e terrível Terra (Planeta de Provas e Espiações – ou planeta prisão-hospital).

Veja-se bem que nessas particularidades, até que a minha auto-estima nem é tão baixa assim!

Isto posto, reitero então a minha mais alta convicção (que é só deste momentinho agora) de não ter mais nada interessante a falar da minha vida. Até acho que poderia, ou deveria ter, pois é meu sentimento de já ter vivido algo assim como muitas vidas nesta minha vida atual, mas me falta talento. E as metáforas, como diria Pablo Neruda? Talvez seja preguiça.

Caso eu decida continuar, por pura teimosia este não livro, eis aqui esta idéia – sobre a minha relação com “os sete pecados da capital (Chico Anísio)” - brincadeira, claro – com os sete pecados capitais. Adianto que sou réu confesso para todos eles.

Antes de terminar este “primeiro capítulo” quero perguntar: Quem sabe da verdade das prisões brasileiras? Das prisões da nossa América Latina? Você sabe? Eu não sei quase nada e ao mesmo tempo sei quase tudo. Posso sentir o horror do inferno que acontece cotidianamente bem pertinho da gente (de mim!) – cidadãos (cidadão!) normal do país-Brasil. Então, eu vou lá escrever sobre coisas como essas que qualquer idiota que não seja absolutamente imbecil já sabe?

Portanto, confesso que tenho pensado seriamente em trocar esta ânsia de não escrever escrevendo pelas imagens das fotografias.

Imagens! – e poucas palavras.









2 comentários:

  1. Várias das minhas mais antigas postagens, para não deletá-las completamente, as transformei em "rascunhos", por las dudas, caso me de vontade de republicá-las. O Blog permite. Mas esta aqui, embora bem antiguinha, decidi mantê-la. Gosto dela.

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    1. No entanto, ontem eu a reencontrei nos rascunhos. E nem lebrava mais dela. A pedido de uma super amiga estou dando uma geral nos meus blogs, para fazer limpezas necessárias.

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