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terça-feira, 23 de novembro de 2010

A RESERVA ECOLÓGICA DO TAIM, SANTA VITÓRIA DO PALMAR E OS NOSSOS AZUIS.


Cisne de pescoço negro na Reserva do Taim

Agradeço aos vitorienses que se conectaram comigo através da Internet, pelo que escrevi no jornal O Vitoriense. Houveram comunicações de vitorienses que residem em Santa Vitória e de vitorienses que estão fora, mas que, pelo jeito, não deixam, como eu, de ler as coisas da terra.
Foi ótimo. Recebi fotos maravilhosas do Taim, de uma conterrânea, e as redistribui por aí, inclusive para a Espanha, onde tenho mais de um amigo conectado via rede.
As fotos fizeram sucesso e quiseram saber mais da nossa terra. Uma das fotos, de um cisne de cabeça negra, inseri como fundo de tela em meu computador pessoal e não canso de observar a profundidade do azul do banhado do Taim.
Eu penso que esse tom de azul decorre de uma junção de todos os azuis que colorem Santa Vitória; o azul da lagoa Mirim, diferente do azul da lagoa Mangueira; o azul mais cambiante do mar, os vários tons de azul desse céu especialíssimo de trezentos e sessenta graus, uma abóbada completa, sem restrições nas quatro direções cardeais; a sutileza de outros tantos azuis, como aquele azul especial de algumas curvas e barrancas do Arroio Chui (e do arroio São Miguel!); o das sangas e canais das lavouras, dos arrozais; aqueles matizes quase negros das antigas cacimbas ancestrais. São tantos os azuis de Santa Vitória do Palmar!
E eu penso que eles se combinaram para um “fechamento” reservado e misterioso, nesse lugar que a humanidade, num ato de oração a Deus, ou quem sabe apenas a Gaia, preservou para abrigar quase trezentas espécies das aves de todo o planeta, mais outros tantos animais que viverão na pureza da natureza divina, intocada, salvando as nossas vidas, a vida de Gaia, trazendo-nos de novo a esperança de uma futura Terra limpa deste acumulo de detritos e lixo de toda a espécie que já ninguém está tolerando mais.
A nossa reserva não é só uma simples reserva é um santuário da humanidade toda, a exemplo de alguns outros que cada vez mais aprendemos a reverenciar. É um resgate da Mãe Terra, é uma retomada energética e saudável de Gaia, é um sorriso, um suspiro de Deus!? E como já sabemos que o acaso não existe e fazemos parte de uma rede quântica de conexões inteligentes, Santa Vitória foi “escolhida” para ser uma das guardiãs.
Mas nós vitorienses sabemos que existe mais outro tesouro que guardamos, incrustado em nossos corações, que talvez tenha a ver com o ter sido gestado “dentro” desses azuis e mais os campos e os matos e as várzeas e os banhados e os mananciais e as barrancas, os areais, um desenho maravilhosamente finalizado e emoldurado por um vento forte, cortante, bravio, que pincelou essa nossa marca que carrega a beleza selvagem do impacto veloz, estonteante, certeiro, determinado e feroz do mergulho do biguá, o mergulhão!
Reserva o Taim - Santa Vitória do Palmar RS


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Farol do Chuí



  Farol do Chuí

        (poesia de Danielle Garcia)
Lá no alto
Á beira das casas
Ilumina o mar bravio
No fim da barra
No fim do Brasil.
Uma tocha de luz

Para guiar os pássaros
Para achar os náufragos
Que perderam o rumo,
Não acharam mais o prumo
Estão na solidão.
Na beira do penhasco
A história fez um trato
E o último sentinela

Mantém a velha chama
Da união entre os gauchos
De todos os lados
De todas as línguas
Das velhas manias.
Em seu concreto
Guarda o novo e o velho
Guarda as lembranças

Da tua criança
Que ainda teima em viver.

Farol da Barra do Chuí - Fronteira Brasil-Uruguai