É a
prepotente arrogância do finito
Sobre o
infinito,
A triste
pretensão de sentir-se maior do que o impossível
E os
melhores poetas sempre
Sempre
Caem nessa
armadilha
Até Walt
Whitman
Nas relvas
das suas preciosas pisadas
Também chicoteou
o humilde carpinteiro,
Aquele, o único,
O Escolhido,
O Filho do
Pai que tinha (e tem) o Infinito Amor
No seu
coração – e na palma da mão –
Para saciar
a sede desta
Pobre humanidade ignorante,
Escrava do
egoísmo e do orgulho –
Chagas da
superação.
Sem
problemas!
Whitman,
Neruda, Vinicius, qualquer dos sábios
Acrobatas das
palavras,
Sempre serão
perdoados,
Seus pequenos
deslizes nem arranham
O Plano da
Criação.
“Nenhuma das ovelhas se perderá”,
Nem essas
mais brilhantes renegadas,
Desgarradas,
Distanciadas
do rebanho.
Ó velha e
humana vaidade!
Basta incursionar
nas matemáticas,
Nas equações
da racionalidade que prova,
Pra se
descobrir que ao finito (todos nós)
Jamais será
dada a possibilidade da compreensão do Infinito,
Que de pena
e puro Amor
Enviou-nos
um dia este Jesus Carpinteiro, e este a Buda,
Maomé, Krishina,
Sai Baba e Prema Sai,
Para amenizar
a dor da nossa imensa orfandade
Neste caminhar
no Eterno – mariposas,
Em busca da
lâmpada,
Do fogo,
Da Luz,
Pra diluir
toda esta terrível pequenez cósmica,
Mas... pero,
Jorge Luiz Borges, este dos de nós pequenos,
um gigante,
Arriscou assim
“... La puerta Del suicida está
abierta, pero lós teólogos afirman
Que em La sombra ulterior Del outro
reino, estaré yo,
Esperándome.” (*)
Por las dudas, ou melhor, por sábio ...
Não brincou
demais com essas portentosas forças
Do Reino do
humilde Carpinteiro.
Sim, todos
se salvam ao final, até Saramago
Com seu
Evangelho que nunca li – admito,
Mas prefiro
essa sagacidade do Borges que
Em palavras elevadas
é apenas o povo que diz
“No creo em brujas, pero ...”
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(*) JORGE
LUIZ BORGES – OBRA POÉTICA,
El Centinela
– pag 365, EMECÉ, 25ª edição, 2007.