Passa o
tempo, passam as horas,
Passa boi
passa boiada
Passa a vida
ilusionada
E o silêncio
me devora
Em dores de
derrotas –
O velho eu
que estertora!
Um corpo
ainda válido,
Mas inválido
de partes e artes.
Inacreditável!
Pensa o novo que o velho desacredita
E quer
matar.
Existe luz ainda
neste túnel desativado?
Existe!
Existe! Dizem Anjos otimistas
Em meio à
turbamulta dos pessimistas.
Vou
enlouquecer! Pensa o novo. Cadê ela?
Ela? Que
ela, cara-pálida?
Ah, é. Ela
era do outro.
Dos outros,
imbecil. Concentra-te na jornada
Que é curta
e de poucas possibilidades!
Agora és
Célula Branca do Todo Poderoso.
Vê se não
vais pedir demissão incentivada – Tolo!
E o novo pega
as ferramentas para quebrar as grossas cascas desse Ovo Cosmos matemático e
métrico, cheio dos mistérios e implacável na contabilidade dos erros e acertos,
deveres e haveres – estes, tão parcos.
4.2.14